Papagaios-charão sinalizam futuro sustentável de Urupema
Num momento em que um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES), visitar Urupema, na serra de Santa Catarina, é um bálsamo para os mais desesperançados. Lá, o outono serve de cenário para as revoadas de papagaio-charão, que entre o final de abril e junho saem do Rio Grande do Sul para se alimentar do pinhão catarinense.
Enquanto os visitantes cruzam o céu com suas penas verdes e vermelhas, no solo a correria é grande. São os incansáveis observadores de aves dispostos a perpetuar com suas lentes as características belas e incomuns dos charão e de inúmeros outros pássaros. É gente procedente de vários pontos do Brasil que ajuda a lotar pousadas e hotéis consolidando a vocação turística de Urupema.
Muitos, na cidade, não têm dúvidas de que a vocação está intimamente atrelada à preservação das matas locais, em particular das araucárias, que fornecem os pinhões. Acreditam também que o cultivo de maçãs, iniciado há quatro décadas e o de morangos, deflagrado há cerca de 10 anos, pode continuar, sim, mas cada vez com mais sustentabilidade.
Diante desse quadro Urupema é um respiro de alívio num momento em que a Cidasc (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina) acaba de anunciar o responsável pela morte de mais de 20 milhões de abelhas no Planalto Norte do estado, em janeiro deste ano: os agrotóxicos usados nas lavouras de milho e soja.
Texto: Imara Stallbaum
Fotos: Antonio Carlos Mafalda
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