17ª Vindima Goethe festeja o sucesso da uva Goethe em solo catarinense

17ª Vindima Goethe festeja o sucesso da uva Goethe em solo catarinense

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Entre 11 de janeiro e  9 de  fevereiro de 2025, os Vales das Uvas Goethe, no Sul do estado, se deixam envolver por uma festa ansiosamente aguardada pelos proprietários de vinícolas e empresários de hotéis, de restaurantes, bem como por apreciadores de bons vinhos e empresários do enoturismo regional. Trata-se da Vindima Goethe que, em sua 17ª edição, está aquecendo os negócios locais ao atrair um número cada vez maior de visitantes interessados em conhecer as pequenas cidades da região atraídos pelo conforto da hospedagem, pelo vinho e pela rica cozinha italiana.

Na manhã da quinta-feira, 11 de janeiro, na Pousada Vale dos Figos, em Urussanga, com direito a admirar casais de bugios e tucanos nas árvores, autoridades e turistas participaram da abertura simbólica da vindima, com direito à pisa de cachos da Goethe em tachos de madeira, conforme reza a tradição vitivinícola. Começava ali uma  festividade que toma conta dos oito municípios integrantes dos Vales da Uva Goethe: Urussanga, Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Cocal do Sul, Treze de Maio, Nova Veneza, Içara e Orleans. 

A história do cultivo da uva Goethe em Santa Catarina mistura-se à da colonização italiana. Logo que desembarcavam em Santa Catarina em 1878, para se instalarem na recém-criada colônia de Urussanga, as famílias de imigrantes tratavam de plantar as mudas de uva europeia trazidas na longa viagem entre a Itália e o Brasil. Era uma operação difícil e a maioria das plantinhas acabava não vingando. 

O contato das famílias com a Goethe teve início na última década do século 19, através do regente do consulado italiano, Giuseppe Caruso McDonald. Advogado e jornalista italiano estabelecido em Urussanga, em uma de suas frequentes viagens a São Paulo Giuseppe trouxe mudas da Goethe. Elas se adaptaram às condições climáticas e ao solo, difundindo-se entre os colonos. E o vinho produzido apresentou características peculiares, lembrando muito o que era produzido pelos italianos em sua terra natal.

Getúlio Vargas era fã – Presidente da República, Getúlio Vargas (1930-1945) foi um ferrenho admirador dos vinhos Goethe. A ponto de fazer questão de servir a bebida nas reuniões políticas do Palácio do Catete, sede do governo federal, que na época ficava no Rio de Janeiro. O mesmo ocorria nas recepções diplomáticas realizadas no famoso Copacabana Palace.

Em 1942, ele criou o Instituto Nacional de Fermentação do Ministério da Agricultura e financiou a construção de um prédio em Urussanga para acomodar a novidade. Em 1950, o casarão passou a ser ocupado pela Subestação de Enologia de Urussanga e hoje abriga a sede da Estação da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). 

Apesar dos altos e baixos enfrentados ao longo do tempo, o sucesso da vitivinicultura da região – decorrente da persistência dos produtores e do apoio recebido de vários órgãos governamentais – transformou os Vales da Uva Goethe na primeira Indicação Geográfica (IG) de Santa Catarina, na modalidade Indicação de Procedência. Isso aconteceu em 2012 e Getúlio Vargas por certo adoraria ter recebido essa notícia.

A 17ª Vindima é uma realização do Sebrae Santa Catarina, da Progoethe e da Prefeitura de Urussanga, com o patrocínio especial do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), da Unesc e do Sicoob/Credisulca, além do apoio técnico da Epagri.

As celebrações programadas até 9 de fevereiro acontecem em diversas vinícolas associadas à Progoethe: Casa Del Nonno, Vigna Mazon, De Noni, Trevisol, Bianco e Quarezemin. As visitas devem ser agendadas.

   Para mais informações acesse: www.valesdauvagoethe.com.br 

Fotos: Antônio Carlos Mafalda e Petra Mafalda

Texto: Imara Stallbaum

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