Aos 28 anos Epagri continua garantindo a excelência da agropecuária de SC

Pense nas belas e suculentas maçãs Fugi e Gala cultivadas nos pomares serranos; na deliciosa carne de porco e de frango do Oeste oferecida nos supermercados; nas guirlandas de ostras saídas das fazendas marinhas de Florianópolis direto para os restaurantes requintados da região Sudeste do país. Analise a incrível produtividade do nosso setor leiteiro, o quarto no ranking nacional, mesmo patamar ocupado pelo mel.  Agora, leve em conta de que tanta excelência – incluindo aí a segunda maior produtividade de arroz irrigado do país e o quarto posto na produção de alimentos orgânicos – tem como cenário um estado cuja área equivale a apenas 1,1% do território nacional.

Longe de ser obra do acaso, esses resultados, e vários outros, foram orquestrados pela excelência da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), que está completando 28 anos neste mês de novembro. Contendo uma diversificada lista de eventos, a programação da semana do aniversário teve lançamento ontem à noite na abertura oficial do VIII Workshop Catarinense de Indicação Geográfica, na Assembleia Legislativa, pela presidente da empresa, a engenheira agrônoma Edilene Steinwandter.

Diante de Edilene, na plateia, estavam os representantes da nata da pesquisa e da extensão rural catarinenses bem como da produção agropecuária estadual. A mesa de autoridades exibia políticos como Daniela Cristina Reinehr, primeira vice-governadora de Santa Catarina, por exemplo. Mas um convidado em particular causou uma espécie de frenesi no auditório Antonieta de Barros desde sua chegada. Era o engenheiro agrônomo Glauco Olinger, que aos 97 anos de idade, extremamente lúcido, personifica a própria história da Epagri e das instituições que a formaram.

No dia 20 de novembro de 1991 a Acaresc, até então responsável, com sucesso, pela extensão rural catarinense, fundiu-se à Empasc, que fazia a pesquisa agropecuária em Santa Catarina, para criar a Epagri. Assim, Santa Catarina foi o primeiro Estado – e até hoje é um dos únicos – a unir as duas atividades numa mesma instituição tornando-se referência nacional e internacional em pesquisa e extensão rural.

Cereja do bolo – O homem que dirigiu a Acaresc por 19 dos 35 anos de existência do órgão e lutou para levar o conhecimento das pesquisas ao homem do campo através da extensão rural, usou o microfone para humildemente agradecer a honra do convite para estar ali. E, surpreendente como sempre, compartilhou com seus ouvintes uma nova definição da Epagri que ajudou a construir:

– Ela é uma universidade rural informal suis generis em toda a América Latina. Esta universidade manda seus instrutores de ensino ao lugar onde os produtores vivem.

Por fim, a cereja do bolo da cerimônia cumprimentou “a Epagri de hoje que tem na direção gente experimentada do campo”. E, honrando a fama de sedutor despediu-se definindo a presidente da empresa de “uma pessoa bela de corpo e de alma”.

Fotos: Antonio Carlos Mafalda

Texto: Imara Stallbaum