Mel, aliado da saúde

Mel, aliado da saúde

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A composição química do mel faz desse produto das abelhas um grande aliado para aumentar imunidade e assim tornar o organismo mais resistente aos processos infecciosos, como as gripes, resfriados  e dores de garganta. Dentre as substâncias estão vitaminas, minerais, enzimas e aminoácidos, considerados compostos bioativos, ou seja, que trazem benefícios à saúde dos consumidores.

Segundo o presidente da Federação das Associações de Apicultores de Santa Catarina (FAASC), extensionista da Epagri Ivanir Cella, as abelhas de Santa Catarina podem produzir mais de 100 tipos de méis silvestres com cor, aroma, sabor e consistência diferentes, devido à diversidade de plantas e tipos de solo. Conheça alguns deles e confira os benefícios de cada um para a saúde:

Mel silvestre – Responde pela maior parte do mel produzido em Santa Catarina. É multifloral, ou seja, é produzido pelas abelhas a partir do néctar coletado em uma grande variedade de plantas. Esse mel é considerado de excelente qualidade e seu sabor, aroma e consistência variam de acordo com as floradas predominantes na época em que é produzido.

Segundo Cella, a coloração mais escura indica maior concentração de sais minerais, enquanto os méis mais claros normalmente são mais suaves. Dentre os compostos bioativos destacam-se os ácidos gálicos e cinâmico e a quercetina, que contém propriedade antioxidantes.“Substâncias antioxidantes são usadas na prevenção e no tratamento de algumas doenças, como câncer, doenças cardiovasculares e Alzheimer”, explica a extensionista social de Florianópolis, nutricionista Cristina Ramos.

As abelhas de SC podem produzir mais de 100 tipos de méis silvestres com cor, aroma, sabor e consistência diferentes.

Mel de eucalipto – Produzido de março a maio no Sul do estado, região onde a concentração dessa planta é maior, apresenta coloração âmbar e sabor mais forte. Nesse tipo de mel predominam os seguintes compostos ativos: quercetina e ácidos gálico e p-cumárico, que possuem propriedades antioxidantes e bacteriostáticas, ou seja, tem como princípio terapêutico impedir a proliferação dos micro-organismos como as bactérias. “É uma boa pedida para quem precisa de um expectorante”, destaca Cella.

Mel de uva-japão – Produzido principalmente no Oeste do estado nos meses de novembro e dezembro, época de floração dessa planta, tem cor clara e sabor extremamente suave. Cella explica que uma peculiaridade desse tipo de mel é o fato de dificilmente cristalizar quando armazenado em temperatura ambiente. O mel de uva-japão é rico em ácido p-cumárico, que contém propriedades antioxidantes, antitumorais, anti-inflamatórias e antimicrobianas.

Melato – O melato não é produzido a partir do néctar das flores e sim a partir de exsudatos da bracatinga, misturados a enzimas produzidas por cochonilhas, que são pequenos insetos que atacam o tronco dessa planta. Ele é produzido no Planalto Sul catarinense entre os meses de março a maio dos anos pares, devido ao ciclo da cochonilha.

É um mel único, de coloração escura, bastante apreciado e valorizado no exterior. O mel de melato da bracatinga possui quercetina e os ácidos benzoico, cafeico,clorogênico, ferúlico e salicílico, compostos que dão ao produto propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antitrombóticas.

O mel é um produto sensível e suas características podem ser alteradas se não houver os cuidados necessários na colheita, extração e processamento do mel, assim como, condições ideais de temperatura e umidade no armazenamento. Segundo a extensionista social de Imbituba, nutricionista Eloísa Rovaris Pinheiro, ao comprar mel, deve-se sempre observar a procedência, verificando se é inspecionado, identificado pelos selos referentes ao órgão de inspeção sanitária que é registrado, podendo ser municipal (SIM), estadual (SIE) ou federal (SIF). “A inspeção define e controla os padrões de qualidade do produto, assegurando sua pureza e as boas práticas tanto apícolas e como de processamento”, diz ela.

A atuação da Epagri na apicultura se dá através de orientações para práticas de manejo recomendadas para alta produtividade, boas práticas de  produção e extração para uma boa qualidade do mel de Apis mellifera e para legalização e mercado, entre outras. Segundo o chefe da divisão de estudos apícolas da Epagri, Rodrigo Durieux Cunha, em 2019 a empresa prestou assistência a 5.984 famílias e realizou 15.463 atendimentos em apicultura e meliponicultura.

Essas ações são realizadas através de atividades grupais como oficinas, cursos, encontros, reuniões, excursões, seminários e palestras. “As visitas individuais também serão utilizadas quando necessárias para trabalhar temas específicos com as famílias. Também é de grande importância a assessoria prestada aos grupos, destacando-se as associações de apicultores existentes ou que venham a ser criadas”, ressalta Rodrigo.

Santa Catarina é o quarto maior produtor de mel do país, com quase 10 mil apicultores  e 323 mil colmeias.  A safra 2018/19 foi de 5,8 mil toneladas. O estado tem a melhor produtividade do país, uma média de 68 quilos por quilômetro quadrado, enquanto no restante do Brasil a média é de cinco quilos

Além do mel, outros produtos da apicultura catarinense são pólen, própolis, cera bruta, núcleos, rainhas e apitoxina. A polinização também é importante, por exemplo, para o cultivo de macieiras.

Os extensionistas da Epagri dão uma mãozinha para você incluir o mel no cardápio e compartilham algumas receitas criadas por agricultores.

Texto: Epagri

Fotos: MafaldaPress

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