Urussanga festeja pujança da uva Goethe

Atraídas pela possibilidade de colher as uvas, amassá-las com os pés, degustar os vinhos e espumantes Goethe e ainda desfrutar das delícias da gastronomia italiana, grupos de turistas de Florianópolis, São José, Joinville, Laguna, Tubarão, Capivari e de vários outros municípios do sul de Santa Catarina, visitaram as vinícolas de Urussanga nesse sábado (19/1), participando do início da Vindima Goethe 2019.

A Vinícola e Pousada Mazon, na localidade de São Pedro, no interior de Urussanga, foi o destino escolhido por vários desses grupos. Lá, no primeiro contato com os visitantes a proprietária Patrícia Mazon sempre informa que os italianos chegados ao sul catarinense a partir de 1877 trouxeram várias videiras. As primeiras colheitas dos frutos deram início à produção de vinho artesanal praticada pela quase totalidade das famílias.

Entretanto, a ascensão da exploração do carvão mineral na década de 1940 levou muitos agricultores a abandonarem o trabalho na terra. O cultivo das videiras também entrou em crise. A produção de vinho diminuiu pela falta de matéria-prima ocasionando o fechamento de algumas vinícolas. Mas a produção de vinhos da uva Goethe, persistiu.

No Brasil a trajetória da Goethe se deu através do imigrante italiano Benedito Marengo. Encarregado dos viveiros de um fazendeiro em São Paulo, no final do século 19, ele introduziu diversas variedades de uvas no Brasil, entre elas a Goethe. Outro italiano, Giuseppe Caruso MacDonald, era regente do Consulado da Itália e trabalhava em São Paulo. Tempos depois foi designado para acompanhar as colônias de imigrantes italianos que se estabeleceram em Santa Catarina a partir de 1877. A região era a do Vale do Rio Carvão, que hoje compreende as cidades de Azambuja, Urussanga, Pedras Grandes, Nova Veneza, Morro da Fumaça e Içara.

Devido à qualidade, tipicidade e identidade, o vinho da uva Goethe da região de Urussanga recebeu em novembro de 2011 o registro Indicação de Procedência (IP), tornando-se a primeira Indicação Geográfica de Santa Catarina.

TERCEIRA GERAÇÃO – A exemplo do que acontece com quem visita a Mazon, os visitantes das outras quatro vinícolas associadas à Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe de Urussanga (Progoethe) também ouvem essa história que sempre emociona o engenheiro mecânico Renato Damian. Proprietário da Vinícola Casa Del Nonno, localizada no centro de Urussanga, ele é a terceira geração da família a produzir vinhos da uva Goethe no mesmo local.

SINTONIA COM A ITÁLIA – Em sua 11ª edição, iniciada na sexta-feira 18/1, a Vindima Goethe 2019 realizada em Urussanga no sul do Estado, consolidou-se como um dos espaços catarinenses mais sintonizados com a Itália.

Na sexta feira, a partir das 18h30, a igreja matriz ficou lotada com a missa “Abençoando as mãos que colhem,” em referência ao padroeiro dos vitivinicultores, São Vicente. A partir das 19h15, a Praça Anita Garibaldi, transformou-se em cenário da abertura da Vindima – colheita da uva, em italiano – Goethe 2019 incluindo entrega do troféu “Amigo do Vinho Goethe”. A partir das 20 horas, a rainha e princesas de Urussanga e do município vizinho de Pedras Grandes participaram da tradicional pisa das uvas.

O auge da programação ocorreu a partir das 20h30min, com o “tombo” da polenta gigante feita pelo grupo “Amici della Polenta”, de Urussanga. A noite encerrou com show com a Orquestra Municipal de Urussanga