Início da safra da tainha só de máscara

Início da safra da tainha só de máscara

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A quarta-feira (22) iniciou com cara de Ano Novo na comunidade da Armação do Pântano do Sul, a pouco menos de 30 quilômetros do Centro de Florianópolis. E como tal, cheia de sonhos e expectativas capazes de combater as sequelas produzidas pela pandemia do coronavírus, a pior crise mundial desde a Segunda Guerra Mundial segundo a ONU. O aguardado retorno da clientela a partir de hoje aos restaurantes fechados durante 40 dias em função da pandemia, é uma dessas esperanças. A outra, não menos importante e possível, depende das condições climáticas e dos segredos do mar.
Trata-se da abertura da temporada da pesca da tainha, prometida para 1º de maio. Em nome dela as redes estão sendo consertadas e preparadas para não falharem nos lanços. Alguns barcos recebem pintura nova e pequenos reparos. A maioria deles, porém, já está fundeada. Completando o quadro, a temperatura da água vem caindo pouco a pouco a cada dia prenunciando, dependendo do otimismo do observador, uma temporada de fartura, bem superior à da safra de 2019, com suas sofríveis 6 mil tainhas capturadas.
No ar do Pântano e também no do Campeche e da Armação, bem como nas praias do Norte, como Santinho e Ingleses, há uma espécie de conspiração em torno da chegada dos cardumes desse peixe de sabor marcante, que se come escalado, recheado ou frito, com destaque ainda para suas ovas. Até as gaivotas parecem estar alvoroçadas com a perspectiva. Afinal, o fechamento dos restaurantes privou-as dos restos de peixes que complementavam sua ração diária. Chegando as tainhas, devem raciocinar, haverá gente nos restaurantes, restos de refeições e a fartura de sempre.
Texto Imara Stallbaum
Fotos Antonio Carlos Mafalda

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