Sebrae retoma processos de Indicação Geográfica com toda força

Sebrae retoma processos de Indicação Geográfica com toda força

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Depois da Vales da Uva Goethe em 2012 e da banana da região de Corupá, em 2018, Santa Catarina prepara-se para viver a era das Indicações Geográficas (IG). São oito processos em andamento aguardando a obtenção do registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) ou em fase de finalização do processo. Todos eles têm a coordenação do Sebrae-SC em parceria com vários órgãos, dependendo da natureza do produto.

Dos oito, três têm a região serrana como cenário. “No início da retomada do Programa Sebrae de Indicações Geográficas o foco foi a serra catarinense, que possui uma série de produtos gastronômicos famosos. O mel de melato de bracatinga, a maçã Fuji e os vinhos de altitude foram os principais identificados na época”, recorda Alan David Claumann, coordenador para projetos de IG da instituição. Os três processos contam com a parceria da Epagri, e ainda da Embrapa no caso do vinho.

Atualmente, estão em andamento mais cinco processos de IG:

1) as ostras de Florianópolis

2) o camarão de Laguna

3) a linguiça de Blumenau

4) a cachaça de Luiz Alves

5) a banana de Luiz Alves

Tesouro desconhecido – Importante fonte de minerais e de vitamina C, que agem como antioxidante e anti-inflamatório, o mel de melato de bracatinga é um tesouro ainda pouco conhecido dos brasileiros. Felizmente essa espécie de anonimato, em contraste com o sucesso conquistado pelo produto no mercado internacional, principalmente na Alemanha, tem os dias contatos. Tudo porque o mel de melato está a um passo de receber o registro de IG, que agregará valor à produção local, atestando aos consumidores as características especiais do produto tanto no que se refere aos aspectos geográficos e de clima quanto às questões referentes ao cultivo e ao manejo.

Exclusivo do Planalto Sul Brasileiro, esse mel é produzido através da associação de um inseto e de uma árvore nativa com a participação, em sua etapa final, das abelhas. Ou seja, presente no tronco e nos galhos da bracatinga, enquanto se alimenta da seiva, a cochonilha excreta uma substância conhecida como melato. O melato é levado pelas abelhas às colmeias, como ocorre com o pólen das plantas, e lá transforma-se em mel de melato de bracatinga.

Os bracatingais nativos onde a parceria bracatinga-cochonilha-abelha ocorre estão situados no Planalto Sul Brasileiro, a uma altitude superior a 700 metros. Na área postulante à IG são 121 municípios. Do total, 102 estão em Santa Catarina – 45,3% do território estadual – enquanto no Paraná e no Rio Grande do Sul o número fica em 11 e nove municípios respectivamente.

Na opinião do consultor técnico do Sebrae-SC para projetos de IG Rogério Ern, ao incentivar a organização da cadeia produtiva e o turismo na região a IG vai muito além do reconhecimento do produto.

– A economia da região se fortalece muito – garante.

 

Texto: Imara Stallbaum

Fotos: Antonio Carlos Mafalda

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