Wataru Ogawa: Todo o dia é dia de paz
A pandemia inviabilizou a realização, no município de Frei Rogério, no meio oeste catarinense, da cerimônia de homenagem às vítimas das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, há 75 anos. O episódio matou mais de 200 mil pessoas, em sua maioria mulheres em crianças e pôs fim à 2ª Guerra Mundial. O evento é realizado todos os anos nos dias 6 e 9 de agosto no Núcleo Celso Ramos, considerado a primeira colônia japonesa do estado. E também está associado à paz.
Nessa quinta-feira, 6-8, numa paisagem pontuada por estonteantes cerejeiras em flor, o Parque Sino da Paz, onde o ritual costuma ocorrer, estava mergulhado no silêncio. Até que, convidado pelo fotojornalista Antonio Carlos Mafalda, seu Wataru Ogawa apareceu. Aos 91 anos de idade, natural de Nagasaki, ele saiu do Japão 10 anos depois do fim da guerra rumo ao Brasil. Viveu em São Paulo e chegou a Santa Catarina há meio século. Seu filho, Naoki Ogawa conduz a cadeira de rodas do pai, que só se comunica no idioma japonês. Mafalda quer saber se seu Wataru está muito triste devido à não realização da cerimônia. E ele responde através do filho: “O importante é a paz, não importa o dia”. Levanta os dedos, fazendo o sinal da paz, ao ser perguntado sobre a explosão de Beirute, no Líbano.
Texto: Imara Stallbaum
Fotos: Antonio Carlos Mafalda e Jerônimo do Carmo
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