80 anos da morte de Henrique Lage
TENACIDADE DE UM EMPRESÁRIO INOVADOR
Há quem o compare ao barão e depois visconde de Mauá, o notável empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro, considerado um símbolo entre os empreendedores do Brasil no século 19. Henrique Lage nasceu em 14 de março de 1881, ainda na monarquia e a oito anos da proclamação da República, num tempo influenciado pela segunda revolução industrial. Tinha 28 anos quando o também brasileiro Alberto Santos Dumont fez o voo inaugural de 220 metros com o 14-Bis no campo de Bagatelle, em Paris, apresentando sua invenção, um avião experimental, à humanidade.
Estudou canto lírico e casou-se com a italiana Gabriela Besanzoni, a maior contralto do mundo na época. Apreciava a boa mesa, as melhores bebidas e era rico de nascença. Grande empreendedor, aportou em Imbituba, um simples povoado, por causa do carvão, o petróleo daquela época. Empreendedor visionário, logo percebeu que a indústria dos transportes marítimos estava intimamente ligada à produção carbonífera, para geração de energia nas caldeiras, e à construção naval. A cada inovação provocada por ele Imbituba foi percebendo o quanto era positivo ser palco para a criatividade empreendedora de um empresário genial como Lage que, durante um terço da vida, dividiu seu tempo entre Imbituba e o restante do Brasil.
Com a construção do molhe de proteção, dos escritórios e dos armazéns, o ancoradouro começou a ser transformado em um porto de fato. Na sequência, em 1922, foi mudada a razão social de Organização Henrique Lage para Companhia Docas de Imbituba (CDI). O engenheiro Álvaro Monteiro de Catão, já responsável pela direção da estrada de ferro Dona Tereza Cristina, tornou-se diretor do complexo portuário cujas atividades iniciaram em 1923. Dali em diante, os navios da Costeira, empresa de transporte marítimo doméstico, de sua propriedade, passaram a fazer escala normal e programada em Imbituba nas viagens de ida e vinda do Rio de Janeiro a Porto Alegre.
UM NOVO ELDORADO
Por conta da diligente dobradinha Lage-Catão, as novidades não pararam mais de acontecer no ainda bucólico distrito de Imbituba. Em 1923, foi fundada a primeira entidade de classe do lugar, o Sindicato dos Trabalhadores em Armazéns e Trapiches, operando nos serviços de carga e descarga portuária. Seguiu-se a construção de uma vila operária e a de um moinho para beneficiamento da farinha de mandioca e descascador de arroz, a fim de servir os exportadores do Sul do Estado.
Somando-se a isso, os funcionários do porto ganharam uma cooperativa onde podiam parcelar na folha de pagamento a compra de gêneros alimentícios, de tecidos, calçados, roupa de cama, banho e mesa, além de louças e perfumaria.
Na esteira do processo de melhoramento geral o porto recebeu modernas instalações para embarque mecanizado de carvão. Foi dotado ainda de um quebra-mar externo que garantiu, por vários anos, uma proteção às instalações existentes. Assim, gradativamente, chegou-se ao perfil do porto que foi inaugurado em novembro de 1941, já sem a presença de Lage, que falecera quatro meses antes.
Comentários (2)
Uma pena que poucos saibam a importância do homem Henrique Lage na história do país
……
Vcs podem relatar de que morreu Henrique Lage, por favor?