Vinhos de Altitude de Santa Catarina conquistam Indicação Geográfica

Vinhos de Altitude de Santa Catarina conquistam Indicação Geográfica

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Os Vinhos de Altitude de Santa Catarina conquistaram o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido nesta terça-feira, 29 de junho, pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A qualidade dos vinhos finos produzidos na região é reconhecida devido às características de solo, altitude, clima, variedades de uvas e por técnicas de cultivo. Inicia-se agora o prazo de 60 dias estabelecido pelo INPI para interposição de recurso da sociedade. Ao final deste período a IG estará efetivamente estabelecida.

“A indicação geográfica é um processo belíssimo, que reúne várias contribuições. É um reconhecimento nacional e internacional, de que aquele produto é único e possui características únicas. Ficamos contentes quando um produto é reconhecido e os produtores podem se apropriar daquilo que sempre foi deles, apresentando Santa Catarina como referência de excelência em sua produção”, afirma Mara Rúbia Romeu Pinto Muller, da Secretaria Estadual de Agricultura da Pesca e do Desenvolvimento Rural.

“A concessão da IG coroa um trabalho de mais de 30 anos de pesquisa em torno da produção de vinhos finos em Santa Catarina”, lembra Edilene Steinwandter, presidente da Epagri. Ela destaca o trabalho multidisciplinar desenvolvido ao longo deste período, envolvendo experimentos com variedades de uvas viníferas, estudos ambientais, entre outros, que culminou no estabelecimento de uma cadeia produtiva organizada no Estado.

Além da conquista de Indicação Geográfica para os Vinhos de Altitude, o estado está representado por Indicações Geográficas de produtos como os Vinhos e Espumantes de Uva Goethe, dos Vales da Uva Goethe, a Banana da Região de Corupá e o Queijo Artesanal Serrano, no Campos de Cima da Serra.

O selo do INPI reconhece os Vinhos de Altitude produzidos em área delimitada, que engloba municípios como Rancho Queimado, Anitápolis, Alfredo Wagner, Bom Retiro, Urubici, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema, Painel, Lages, Capão Alto, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito, Vargem, Brunópolis, Curitibanos, Frei Rogério, Monte Carlo, Tangará, Fraiburgo, Pinheiro Preto, Videira, Rio das Antas, Iomerê, Arroio Trinta, Santo Veloso, Treze Tílias, Macieira, Caçador, Vargem Bonita e Água Doce. São mais de 22 vinícolas associadas, e mais de 80 viticultores, que produzem os vinhos de uvas viníferas, que fazem parte do território delimitado.

A pesquisadora e engenheira agrônoma da Epagri, Cristina Pandolfo, reforça a importância da iniciativa. “Esse trabalho foi muito importante, envolvendo a cooperação de várias instituições, e demonstrando a competência da equipe da Epagri no desenvolvimento do trabalho de Indicação Geográfica. Foi um trabalho muito especial, que reuniu uma grande quantidade de informações, que também poderão ser utilizadas para outros tipos de estudos, demonstrando a riqueza das pesquisas e estudos realizados”, comenta.

“Essa conquista representa um avanço muito significativo, na medida em que teremos um selo que garante o padrão de qualidade do produto, e que também possibilita um grande avanço na gestão e estabelece um padrão da viticultura do território de Santa Catarina. A Indicação Geográfica também representa a organização de vinhateiros do território que se empenham a explorar o alto padrão dos vinhos produzidos na região”, afirma José Fernando da Silva Protas, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, uma das parceiras no processo que resultou nessa conquista.

Fotos: Antonio Carlos Mafalda

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