Sem chuva, Extremo Oeste aposta nos reservatórios

Sem chuva, Extremo Oeste aposta nos reservatórios

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Mais de R$ 1 bilhão. Esse é o prejuízo até agora contabilizado na agricultura e na pecuária de Santa Catarina em decorrência da estiagem.   Na Associação dos Municípios do Extremo Oeste (Ameosc), dos seus 19 membros, oito já decretaram situação de emergência e outros 10 preparam-se para fazer o mesmo. A quebra registrada nas lavouras de milho gera um efeito cascata na produção do gado leiteiro e de corte, assim como na criação de suínos, onde o cereal é o principal alimento.
A 15 quilômetros de São Miguel do Oeste, Bandeirante é um dos municípios mais afetados. Lá, desde o começo do ano o que mais se vê pelas estradas de terra vermelha da zona rural são caminhões cujas carrocerias acomodam reservatórios de 5 mil litros que são esvaziados com mangueiras em reservatórios instalados nas propriedades rurais de quase 300 famílias.
“Quanto mais perto do Rio Grande do Sul, pior fica a situação”, informa Sidinei Egon Simon, gerente regional da Epagri de São Miguel do Oeste. A boa notícia é que cada vez mais produtores rurais demonstram interesse em armazenar água. Trata-se de consequência da implantação de linhas de crédito do governo do Estado referentes à proteção do solo, proteção das nascentes e de matas ciliares, bem como à perfuração de poços artesianos e à instalação de reservatórios em determinados municípios.
Essas linhas de crédito e a parceria do governo estadual com as prefeituras estão rendendo excelentes frutos, como atesta Sidinei:
– As 971 famílias de agricultores familiares que estão recebendo água hoje na região representam a metade do número do ano passado – diz.
Com 25 hectares e 20 vacas, Rogério Previdi, 42 anos, na linha Hélio Wassu, em Bandeirante, sintetiza a nova mentalidade que vai sendo construída pelas políticas públicas sobre os cuidados com a água. Apesar de o açude da propriedade estar quase seco, a família pode contar com uma cisterna com 50 mil litros de água da chuva, e outros dois reservatórios onde estão acumulados hoje 25 mil litros. “Eu faço a minha parte”, desabafa, estimando que se não chover, sua reserva de água tem condições de durar mais 15 dias apenas.
Texto: Imara Stallbaum
Fotos: Mafalda Press

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