Bisneta de Anita Garibaldi planta roseira no Cruz e Sousa

Bisneta de Anita Garibaldi planta roseira no Cruz e Sousa

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Annita Garibaldi Jallet chorou nos jardins do Museu Histórico de Santa Catarina Palácio Cruz e Sousa, no entardecer dessa segunda-feira (17/2) ao ser recepcionada por um grupo de rendeiras. Elas entoavam canções típicas açorianas enquanto manipulavam seus crivos fazendo peças de renda. Era o encerramento de uma série de homenagens oferecidas pelo Estado de Santa Catarina e Florianópolis à bisneta da revolucionária Ana Maria de Jesus Ribeiro, ou simplesmente Anita Garibaldi, falecida em 1849 aos 27 anos de idade. A descendente direta da parceira inseparável de Giuseppe Garibaldi está no Brasil envolvida com a preparação do evento internacional “Uma rosa para Anita” (Una rosa per Anita), que marcará o aniversário de 200 anos do nascimento da heroína em agosto de 2021, no Brasil, no Uruguai e na Itália.

Nascida em Roma, na Itália, 78 anos de idade, a visitante é professora de direito constitucional e internacional e ainda preside a respeitada Associação Nacional dos Veteranos e Sobreviventes Garibaldinos, mantida pelo governo italiano. Ela é filha de Sante e Beatrice Garibaldi. Sante era filho de Riccioti, quarto e último herdeiro de Giuseppi e de Anita.

No Brasil desde o dia 8 deste mês ela dedicou-se a visitar no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina os lugares percorridos pelos bisavós no século 19, quando estavam diretamente envolvidos com a Revolução Farroupilha contra o exército imperial. Por seu posterior envolvimento no processo de unificação da Itália a catarinense é conhecida como a “Heroína dos Dois Mundos”.

Como ocorreu em outros municípios visitados pela professora – entre eles Laguna, Garopaba Curitibanos, Anita Garibaldi e Lages – Florianópolis também recebeu uma muda de um híbrido de rosa criado na Itália e que, batizado de Anita Garibaldi, simboliza o bicentenário de nascimento da heroína. O galho foi plantado nos jardins do Cruz e Sousa pela visitante, que é madrinha da flor.

Antes do plantio, ocorrido na parte externa, a professora italiana se emocionou com os discursos proferidos no interior do museu. Ao microfone, a presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Ana Lúcia Coutinho, proclamou:

– Apesar de ter pegado em armas, Anita Garibaldi é um símbolo da paz.

A deputada Ana Paula da Silva, a Paulinha, disse representar “uma geração de catarinenses que sonhou em ser Anita Garibaldi”. Já o ex-prefeito de Laguna e um dos maiores especialistas na trajetória da heroína, Adílcio Cadorin, demonstrou o quanto o valor de Anita ainda precisa ser compartilhado com o mundo.

– Ela lutou por quatro repúblicas em dois continentes – destacou, referindo-se às repúblicas catarinense, gaúcha, romana e uruguaia.

Emocionada e agradecida por tantas manifestações de admiração feitas à bisavó, Annita retribuiu o carinho com uma confissão:

– Pelas matas, pelos rios, pela natureza que vi até agora já me sinto uma cidadã de Santa Catarina –  disse, como sua bisavó foi.

Texto: Imara Stallbaum

Fotos: Antonio Carlos Mafalda

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