Calor insuportável e falta de chuva continuam a castigar Extremo Oeste

Duas semanas depois de a Mafalda Press ter concluído uma viagem de mais de 2.400 quilômetros descrevendo as dificuldades da vida no Extremo Oeste em função da estiagem, o drama das prefeituras e dos produtores rurais da região só se agravou. Através do whatsApp a engenheira agrônoma Simone Bianchini, da Epagri de São Miguel do Oeste, desabafou na manhã desta segunda-feira (24/1):
– Continuamos à espera da chuva por aqui. As perdas se agravam a cada dia que passa e a água é cada vez mais escassa. Está indo para uma situação muito delicada para o abastecimento animal e humano, e o calor, nem se fala.
Entre Rios no Meio Oeste pede socorro à Casan

Numa atitude de desespero, a Defesa Civil de Entre Rios, no Meio Oeste de Santa Catarina, entrou em contato na sexta-feira, (21/1) com a Casan e a Defesa Civil do Estado pedindo socorro. As autoridades do município querem a mudança do atual ponto de captação, situado no Rio Toldinho, para o Rio Chapecó. Alegam que se isso não ocorrer, a falta de água nas torneiras se repetirá “para sempre”.
Um vídeo também foi enviado a Florianópolis. Nele, ouve-se um funcionário da Defesa Civil local entrevistando Clóvis de Souza, funcionário da Casan e responsável pela captação de água no Toldinho.
Segundo Clóvis, “o abastecimento de água de Entre Rios”, município com pouco mais de 3 mil habitantes “está precário. Nada bom. Pode ver que está seco. Depois de duas horas de captação estamos sem água. Acredito que de agora em diante não terá mais água de tipo nenhum em Entre Rios, a não ser que venha de fora”.
“Se chover no domingo”, pergunta o entrevistador, “conseguiremos resolver a situação ou ainda fica complicado”? Ao que o funcionário da Casan em Entre Rios responde:
– Fica ainda precário porque precisa de muita chuva para resolver o problema. Se chover pouco, de 10 a 20 milímetros, não resolve. Pode dar uma amenizada, mas resolver, não resolve.

Texto : Imara Stallbaum

Fotos: Antonio Carlos Mafalda