Não é peixe, mas sai do mar para a mesa

Não é peixe, mas sai do mar para a mesa

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Experimentar pão, pudim, antepasto e maionese feitos com farinha de macroalga não é para qualquer um, pelo menos por enquanto. Que o digam os alunos do segundo curso de culinária à base da macroalga Kappaphycus alvarezii, cuja produção vem sendo estimulada pelo Cedap/Epagri e UFSC desde 2020 de forma integrada ao cultivo de moluscos. Isso aumentaria a empregabilidade e o lucro das fazendas marinhas existentes em Florianópolis, Palhoça, Governador Celso Ramos e São Francisco do Sul. A aula prática, que também contou com o apoio do Senac, consistiu numa das atividades da programação de três dias do curso de produção e aproveitamento das macroalgas, entre 7 e 9 de março, no Centro de Treinamento da Epagri, no bairro Itacorubi. No último dia houve visita a propriedades marinhas que já aderiram à novidade no Ribeirão da Ilha, no sul da Ilha de Santa Catarina.
Extremamente sustentável, o cultivo da Kappaphycus alvarezii começou a ser testado em Santa Catarina em 2008, de olho no grande interesse da indústria de biofertilizantes na macroalga. Dela é extraída a carragenana, aditivo semelhante a uma gelatina empregado como espessante e estabilizante também nas indústrias alimentícia, de cosméticos e farmacêutica.
As macroalgas estão presentes em cremes hidratantes, xampus, plastificantes, isolantes, lubrificantes, cápsulas secas e cada vez mais são estudadas pela indústria farmacêutica por apresentarem compostos com função anticoagulante e antioxidante. Nos países orientais, muitas delas são usadas na alimentação, no sushi, no petisco, na salada e em forma de farinha, em pães, bolos em meio a uma infinidade de pratos.
Em 2014, o Brasil importou US$21 milhões em carragenana. Até aqui somente o Rio de Janeiro possui cultivo comercial de macroalga. Profundamente envolvido com as pesquisas realizadas até agora com a Kappaphycus alvarezii, Alex Alves dos Santos, pesquisador da Epagri/Cedap, é puro otimismo. Para ele, o cultivo da macroalga em Santa Catarina certamente ajudará o Brasil a passar de importador a exportador de carragenana.
Texto: Imara Stallbaum

Fotos:  Antonio Carlos Mafalda

 

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